Friday, July 25, 2008

Zeze Gonzaga & Quinteto de Radames Gnattali - Valzinho, Um Doce Veneno (1979) Zeze Gonzaga Tribute

I’m sad to announce the passing of a very important Brazilian singer, Zeze Gonzaga, who died today, 24 July 2008, in the city of Rio de Janeiro. This is Loronix tribute to Zeze Gonzaga, made by one of her most passionate fans, Mr. E., the great collaborator that introduced Zeze Gonzaga to our community.

Mr. E. sent us two albums, the third Zeze Gonzaga LP, Cancao do Amor Distante, recorded in 1967 and Valzinho, Um Doce Veneno, the fourth, recorded in 1979, after a hiatus of 23 years. Mr. E. said she was disappointed with the treatment Philips gave to her fourth album, deciding to terminate the career and open his own business, a school child. Mr. E. also sent a great article written by Aramis Millarch, reviewing Zeze Gonzaga fourth album, a tribute to Valzinho, featuring Quinteto de Radames Gnattali.

This is Zeze Gonzaga – Valzinho, Um Doce Veneno (1979), for MIS, a tribute to Valzinho, a very underrated composer and musician, featuring Radames Gnattali Quinteto, including Ze Menezes, Chiquinho do Acordeon, Vidal and the legendary Luciano Perrone. Herminio de Carvalho is in charge of production, delivering a very nice album that everybody should take it for a listen. Tracks include:

Personnel

Zeze Gonzaga

Radames Gnattali
(piano, arrangements)

Ze Menezes
(guitar)

Luciano Perrone
(drums)

Vidal and Chiquinho do Acordeon
(bass and accordion)

Aramis Millarch writing:

Em janeiro de 1979, Curitiba passou a ter um jardim de infância a menos, mas a música popular recuperou, em termos profissionais, a cantora que é adjetivada como “a voz mais afinada do Brasil”: Zezé Gonzaga. Doze anos após ter deixado a Rádio Nacional e após trabalhar (entre 1966 e 67) como jinglista, Maria José Gonzaga (mineira de Manhuaçu, 03/09/1926) tinha decidido por uma vida tranqüila na capital paranaense, onde inaugurou uma escola. Não pensava mais em voltar a gravar: desgostosa com os aborrecimentos que teve na Philips com seu último LP – Canção do amor distante, que levou dois anos para ser lançado – nada animava Zezé a pensar em música em termos profissionais.


Desde 1951, quando fez o seu primeiro 78 rpm, gravou mais de cem músicas, mas raras vezes teve a oportunidade de escolher o repertório – quase sempre formado por versões das mais indignas. E estes fatos fizeram com que Zezé, apesar de ser classificada como “a cantora dos maestros” – por sua afinação extraordinária, embora nunca tenha tido uma única aula de canto – tivesse optado por uma voluntária renúncia artística. E teria ficado em Curitiba, se Hermínio Bello de Carvalho não a tivesse convencido a entrar novamente num estúdio, para fazer um LP. Para tanto, houve alguns argumentos irrecusáveis: um repertório formado exclusivamente por um dos mais injustiçados (e esquecidos) compositores brasileiros – Valzinho (Norival Carlos Teixeira, carioca do bairro do Irajá, 25/12/1914). E os arranjos e participação do maestro e pianista Radamés Gnatalli e quinteto.


O resultado é que, gravado em apenas três dias em janeiro de 79, Valzinho, um Doce Veneno acabou sendo lançado às vésperas do Carnaval, quando Zezé ainda estava em Curitiba, tratando de encerrar as atividades de sua escola. Trata-se de um disco não apenas absolutamente histórico, por marcar o retorno de uma das mais belas vozes do Brasil, amparada no extraordinário quinteto de Radamés Gnatalli, mas que praticamente vem revelar canções de um compositor que permanecia no mais absoluto anonimato. Pois, se Emilinha Borba e sua irmã Nena Robledo, há mais de quarenta anos, já divulgavam “Doce veneno”, só recentemente esta música chegou a interessar uma cantora como Maria Creuza, que a escolheu para título de seu último LP pela RCA. Cantores como Orlando Silva, Paulinho da Viola e Macalé também gravaram músicas de Valzinho.



Mesmo assim, o que explica que um compositor de tanta inspiração e harmonias tão avançadas, e podendo ser classificado na pré-história da bossa nova, tenha permanecido anônimo por tantos anos? Suas harmonias, difíceis mas belas, eram curtidas por vocalistas sensíveis, mas sua timidez, espírito boêmio e total despreocupação material fizeram com que Valzinho nunca se preocupasse com o registro de suas músicas.



Mas, agora, esse disco vem provar uma série de verdades: Zezé Gonzaga continua a ter uma belíssima voz; Radamés Gnatalli e quinteto formam uma unidade especialíssima, que infelizmente só mesmo em ocasiões como esta pode se reunir; e Valzinho é o exemplo do talento que morreria esquecido se não houvesse garimpeiros como Hermínio Bello de Carvalho.


Aramis Millarch


Track List

01 - Óculos Escuros (Valzinho / Orestes Barbosa)
02 - Imagens (Valzinho / Orestes Barbosa)
03 - Tudo Foi Surpresa (Valzinho / Peterpan)
04 - Três de Setembro (Valzinho / Renato Batista)
05 - Felicidade (Valzinho / Reinaldo Dias Leme)
06 - Amar e Sofrer (Valzinho)
07 - Doce Veneno (Valzinho / Carlos Lentine / Goulart)
08 - Teu Olhar (Garoto / Valzinho) with As Morenas do Barulho
09 - Quando o Amor Vai Embora (Valzinho / Evaldo Ruy)
10 - Fantasia (Valzinho)
11 - Castigo (Valzinho / Manezinho Araújo)
12 - Tormento (Valzinho)
13 - Tempo de Criança (Valzinho / Luis Bittencourt)
14 - Não Convém (Valzinho / Jorge de Castro) with Valzinho - Viver Sem Ninguém (Valzinho / Marcelo Machado) with Valzinho

PS.: I am very tired, almost sleeping. Cancao do Amor Distante will appear tommorow. Thank you.