Hello, good night! Let's make a great start today with a recommendation of Ed Motta, who said enthusiastically that this LP is one of the greatest releases of Manfredo Fest. Let’s check Ed Motta’s pick.
This is Manfredo Fest - Brazilian Dorian Dream (1976), for TM Productions, if I'm not wrong, the last record released by Manfredo Fest. Brazilian Dorian Dream was recorded in the United States, Minneapolis, with Manfredo Fest (piano and synthesizers), Thomas Kini (bass), Alejo Poveda (drums and percussion) and Roberta Davis (vocals). Thanks for Ed Motta, not for the music, but for the recommendation. Tracks include:
01 - Brazilian Dorian Dream (Manfredo Fest)
02 - Facing East (Manfredo Fest)
03 - Jungle Cat (Manfredo Fest)
04 - That's What She Says (Manfredo Fest)
05 - Slaughter On Tenth Avenue (R. Rogers)
06 - Who Needs It (Manfredo Fest)
07 - Braziliana Nº 1 (Manfredo Fest)
7 comments:
Manfredo Fest released a few more LPs after this one, including "Manifestations" on Tabu Records in 1979, and a few more CD for smooth jazz labels up until he died in 1998 (or 99?).
I agree with mr Motta ;-)
What a fantastic sound!
can u please post link again
thank you
Olá, amigos, aqui é Silver, sou de Porto Alegre mas estou radicado em São Paulo. Conheci Manfredo Fest quando dos meus 11 anos de idade lá em Porto Alegre, em uma das estadas dele na cidade. Meu padrinho, Walkirio Hughini Bertoldo, primeiro advogado cego a formar-se no Brasil, foi contemporâneo de Manfredo Fest. Eu também sou cego e pianista, adoro bossa, jazz, etc. Manfredo foi e sempre será meu mais querido Mestre. Bom, tenho aqui uns 11 discos do Manfredo, porém por minhas pesquisas e conversas com Lili Fest, deve haver mais uns 7 discos.
Bom, quanto a morte de Manfredo em outubro de 1999, fora por complicações medicamentosas por ele haver autoadministrado umas drágias antibióticas pois temia não estar disposto ou bem de saúde para um show na Alemanha que iria acontecer em outubro. Aí, em 3 dias os rins paralizaram e ele entrou em coma profunda não mais voltando.
Desculpem o post um tanto longo.
Grande abraço, seguimos compartilhando sobre Manfredo Fest e sua obra musical, já que estamos comemorando os 50 anos da Bossa Nova.
Ps. em minha Brailleana radioweb - www.brailleana.com.br - com uma programação variada, não poderia deixar de faltar a música de Manfredo Fest.
Olá, amigos, aqui é Silver, sou de Porto Alegre mas estou radicado em São Paulo. Conheci Manfredo Fest quando dos meus 11 anos de idade lá em Porto Alegre, em uma das estadas dele na cidade, no apartamento de Meu padrinho, Walkirio Hughini Bertoldo, primeiro advogado cego a formar-se no Brasil e que foi contemporâneo de Manfredo Fest. Eu também sou cego e pianista, adoro bossa, jazz, etc. Manfredo foi e sempre será meu mais querido Mestre. Bom, tenho aqui uns 11 discos do Manfredo, porém por minhas pesquisas e conversas com Lili Fest, deve haver mais uns 7 discos.
Bom, quanto a morte de Manfredo em outubro de 1999, fora por complicações medicamentosas por ele haver autoadministrado umas drágias antibióticas pois temia não estar disposto ou bem de saúde para um show na Alemanha que iria acontecer em outubro. Aí, em 3 dias os rins paralizaram e ele entrou em coma profunda não mais voltando.
Desculpem o post um tanto longo.
Grande abraço, seguimos compartilhando sobre Manfredo Fest e sua obra musical, já que estamos comemorando os 50 anos da Bossa Nova.
Ps. em minha Brailleana radioweb - www.brailleana.com.br - com uma programação variada, não poderia deixar de faltar a música de Manfredo Fest.
Silver,
Tudo bem?
Obrigado pela bela mensagem sobre o Manfredo Fest, um dos artistas mais queridos pela turma aqui no Loronix.
Já vou correndo conhecer a sua Brailleana Radioweb, que certamente deve ter tudo sobre o Brasil.
Deixo para os amigos um link direto para a Brailleana, aqui ó: link.
Abraços, zeca
Falou, tomo a liberdade de postar aqui, um depoimento póstumo a Manfredo Fest, escrito por Pery Ribeiro. É emocionante...
Pery Ribeiro
Quando um amigo morre, a gente perde um amigo ou ganha a felicidade de saber que agora ele pertence a uma eternidade?
Se a resposta é "perde", então o que está em primeiro plano é a profunda imersão numa dor egoísta, talvez porque sejamos o animal mais pretensioso do grande
Reino e apenas nos damos conta da nossa dor, do nosso sofrimento, daquilo que pretendemos que tenha sido "nosso" e tão somente nosso!
Se sentimos que perdemos, é porque não nos apercebemos da enorme divindade que existe em cada um de nós. É porque não damos a nós mesmos, a altíssima importância
de, ao sermos uma centelha de Deus e feitos à sua imagem e semelhança, sermos este Deus em nossa forma, escolhida por Ele mesmo, para prosseguir a humanidade.
Foto de Leo Pinheiro
Perder, tem um significado excessivamente terreno, sem a dignidade que um momento de dor deveria ter, quando alguém querido parte. Eu sei que a dor nos
maltrata numa dimensão muito forte e esta dor enorme percorre todo o nosso sentimento, nossas lembranças, nossa saudade e nossos aspectos interiores se
transformam em aspectos cinzentos, perdem totalmente a cor. É como se a dor trouxesse uma chuva negra para nossa saudade. Este silêncio que toma conta
da nossa dor é solene, lúgubre e muitas vezes desesperador.
Eu cada vez mais, a cada amigo que "perco", sinto nitidamente que meu tempo está indo junto com eles, que tudo o que foi vivido, saboreado e desfrutado,
fez parte de um momento onde Deus nos aproximou e nos deu a grande presença de cada um deles, como presente a ser cultuado, admirado e regozijado para
sempre. Como se fossemos um time de futebol organizado por mãos sábias, para que disputássemos os grandes campeonatos da vida, jogando lado a lado, para
vencer. Como o próprio Manfredo gostava de dizer: - "Pery, nunca esqueça, Papai do Céu não joga, mas, fiscaliza."
Perder é a primeira palavra e sensação que se tem, quando morre um amigo. Mas não deveria ser. O amigo é o seu, o meu, é o nosso tempo. O amigo é parte
do que percorremos para ganhar mais vida. O amigo é o merecimento da trajetória, é o orgulho, é o prêmio, é o grande troféu. O amigo é aquele que aparece
um dia na sua vida, vindo de não se sabe onde, vindo da vida como você, e, pouco a pouco vai se tornando indispensável, necessário, útil, confidente, discordante,
concordante, parceiro, cúmplice. É o nosso tempo se manifestando em outro ser humano. É o nosso tempo percorrendo caminhos e emoções tendo ao lado outro
coração para partilhar deste mesmo caminho. É o tempo dele, escolhendo você, para receber o que de melhor você possa ser merecedor. O seu tempo! A sua
amizade!
O meu amigo Manfredo se foi, e com ele as mãos maravilhosas de um músico excelente, de um pianista digno de ser comparado aos melhores do mundo, em qualquer
época.
Manfredo Fest, um excelente pianista brasileiro, um digno representante da moderna e ainda inteligente música do meu país, faleceu, há poucos dias. Trabalhamos
juntos, cantei muitos anos acompanhado por ele, juntos vivemos um momento de tormenta quando éramos contratados pelo Sérgio Mendes. Estivemos juntos em
todos os momentos que o nosso tempo permitiu. Era o auge da Bossa no Brasil, tocávamos e cantávamos o que o Brasil produzia de melhor, numa essência musical
que também já morreu hoje. Nos tornamos amigos, tão amigos que aos poucos comecei a cuidar dos passos do Manfredo (ele era cego), embora ele fosse de uma
auto-suficiência inacreditável. Nas viagens com o Sérgio por todo os Estados Unidos e Japão, era sempre eu a dividir o quarto com Manfredo, e, dessa época
eu digo sem sombra de dúvida: foi um tempo em que eu mais aprendi na minha vida.
O Manfredo era de uma lucidez e inteligência, não muito compatíveis com certos momentos e pessoas integrantes do nosso convívio. Era espirituoso, mordaz,
crítico e o que era mais importante em meu aprendizado de vida: ele era de uma doçura e visão como poucas vezes encontrei em outro ser humano. A minha
visão de mundo não chegava aos pés da visão do Manfredo. Mas eu aprendi a ver o mundo através da sua ótica. E aprendi que o mundo precisa de muito mais
amor do que o que eu estava dando. Ele me ensinou a dar mais.
Meu amigo se foi. Sem dor, sem sofrimento. Sentiu um mal estar, entrou em coma... e não viu, não sentiu, não participou de nada que aconteceu consigo a
partir daí. Eu não preciso nem agradecer a Deus o fato de não haver sofrimento em sua morte. Sei que Deus jamais daria sofrimento a uma alma ou a um corpo
como o do Manfredo. Deus já havia lhe tirado a sua visão durante a vida. Era a hora de dar uma compensação na hora da morte. E deu! Deu uma morte serena
e celestial. Sem dor! Só a Lili, sua mulher, é quem viu ele morrer. Ele não viu nada.
Manfredo celebrou a vida com toda a grandiosidade espiritual que um ser possa ser merecedor. Totalmente em paz!
Definitivamente eu não perdi um amigo, a eternidade - que eu peço a Deus me receba também na minha hora - é que está em festa, com um piano branco entre
as nuvens e uma platéia dos maiores músicos que compõem a eternidade, na espera do Manfredo chegar, mudar sua roupa, sentar no piano e tocar. Divinamente.
Deus, no camarote principal, saberá que o talento que deu a um de seus filhos foi tão grande, que o fez subir até Ele no céu, desprovido de qualquer ressentimento
com a vida, sem rancores, nem mágoas.
Manfredo agora subiu ao céu, está sentado, a mão direita guia a mão esquerda. Há um silêncio maravilhoso a espera de que seus dedos ágeis transformem o
céu em música e tragam tudo o que de melhor e mais sensível se possa mostrar através da sua arte.
E eu, para não causar distúrbio ao seu destino santo, vou rezar bem baixinho, somente para que Deus me ouça, abençoe muito o meu amigo, que o abrace muito
como ele merece e como eu gostaria de o estar abraçando. Afinal de contas, Deus, eu sou seu filho e feito à sua imagem e semelhança. Quando abraçá-lo,
Deus, por favor, ponha um pouco da minha imagem e semelhança neste último abraço!
Que seja o começo de tudo pra você, meu amigo!
12 / outubro / 99
Post a Comment